Reações de algumas figuras em torno da morte do antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos

Reações de algumas figuras em torno da morte do antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos
Reações de algumas figuras em torno da morte do antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos



Confira aqui as reações d'algumas figuras públicas em torno da morte de JES.


PR João Gonçalves Manuel Lourenço, presidente de Angola:

“Contamos com a presença de todos sem excepção” disse o presidente angolano ao abordar entrada no país de Isabel e Tchizé dos Santos


LUANDA — O presidente angolano João Lourenço disse hoje que toda a família de José Eduardo dos Santos poderá regressar a Angola para participar no funeral do antigo presidente.

Isso, disse ele, aplica-se a todos os membros da família de Eduardo dos Santos “sem excepção”.

João Lourenço respondia a perguntas de jornalistas sobre especulações que as filhas do antigo presidente não poderão deslocar-se a Angola para as exéquias do pai.

Uma das filhas do antigo presidente Tchizé dos Santos, tem estado envolvida numa batalha de palavras nas redes sociais contra o governo angolano a quem culpa pela morte do seu pai.

Ela apresentou uma queixa junto da policia de Barcelona para investigar suspeitas de homicìdio.

Por outro lado Isabel dos Santos e várias das suas companhias são alvo de investigações por alegada corrupção não se sabendo se poderá ser detida se regressar a Angola onde o seu irmão Josè Filomeno dos Santos já foi julgado por desvio de fundos.

As suas contas bancárias e participações sociais em várias empresas foram alvo de arresto e as autoridades angolanas têm tentado arrestar fundos e empresas de Isabel dos Santos no estrangeiro.

Recentemente o governo angolano enviou uma carta rogatória às autoridades da Holanda solicitando que Isabel dos Santos “fosse notificadas na sua qualidade de arguida e fosse interrogada”, mas não requereu a sua detenção.

Isabel dos Santos não aceitou a notificação.

O presidente angolano disse hoje que “nenhuma autoridade do país tem competência para impedir que um cidadão angolano que esteja a viver no exterior possa regressar ao seu próprio país não importa em que circunstância”

“Se tivermos em conta as actuais circunstâncias não vemos porque razão a família que está lá fora não acompanhe o seu ente querido”, afirmou João Lourenço.

“Estamos a contar com a presença de todos sem excepção de ninguém”, acrescentou.

Eddy Tussa, músico:


"Os meus sentimentos à família enlutada. O meu muito obrigado a nível pessoal por tudo o que fez por mim e pela minha família. Gratidão é o que sinto, muito respeito e consideração. Se hoje sou o que sou, graças ao que sua excelência fez
por mim. descansa em paz, meu v€lho! Só Jeová sabe o futuro!!"


Boavida Neto, antigo secretário do MPLA:

"(… ) Nós abandonamos o Presidente, nós deixamos o Presidente sozinho, não foi bom, ele não está em vida e nem tem tempo de ouvir a nossa petição de perdão, no sentido de ele nos perdoar(…)"


Joaquim Chissano, antigo Presidente moçambicano:


“deixa de luto o povo angolano e os povos dos países africanos”


Em declarações à VOA, o também antigo ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano destacou o trabalho a nível de diplomacia de José Eduardo dos Santos de Santos, que na altura ocupava a mesma pasta.

Chissano apelidou de "feliz" o período em que os ambos trabalharam contra o "inimigo comum que foi o apartheid".

“Queremos lembrar o presidente pelo trabalho que fez para que em Angola houvesse paz, reconciliação entre as formações políticas e diversificação da economia para promover o desenvolvimento social e económico”, acrescentou Chissano.

Ao lamentar a morte, Chissano afirmou que ele poderia “ainda ajudar com as ideias que ele tinha para criar uma nova era de Angola”.
Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro de Angola:
"José Eduardo dos Santos salvaguardou a integridade nacional", mas ficou “demasiado tempo” no poder,


Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro de Angola:

O antigo primeiro-ministro de Angola, Marcolino Moco, recorda José Eduardo dos Santos como um “grande Chefe de Estado” que salvaguardou a integridade nacional, embora tenha ficado “demasiado tempo” no poder.

“José Eduardo dos Santos é uma figura importante objectivamente, alguém que fica 38 anos à frente do Estado não é uma personalidade qualquer”, afirma Moco à VOA, ao discorrer sobre o consulado de Santos marcado pela “escola soviética”.

O antigo companheiro de Santos aponta que, durante o regime do partido único, o MPLA controlava o sistema, o que não aconteceu depois da abertura política, quando “o chefe passou a ser idolatrado, alguns aspectos deterioraram-se, durante esse período que foi glorioso para ele e sua familia, mas corrosivo e desgastante”.

“Assim acabou o homem”, reconhece, no entanto que “foi um grande Chefe de Estado que conseguiu salvaguardar a integridade do país em tempos difíceis, no contexto da guerra fria, muito complicado, sim, mas fica o homem com muitos defeitos, principalmente o de se agarrar muito ao poder.

Marcolino Moco lamenta que Santos não tenha conseguido “criar uma plêiade de sucessores”, o que, segundo ele, não aconteceu na UNITA, onde “temos liderança, mas no MPLA temos essa pobreza, essa incapacidade de discussão dos problemas, continua-se seguir só a voz da uma só pessoa, como acontece com o actual Presidente”.

Aliás, Moco conclui que “este aspecto é atribuido à educação do partido do tipo soviético e também à incapacidade de mudança de quem está à frente do partido e do Estado durante muito tempo.

O antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos morreu nesta sexta-feira, 8, em Barcelona, onde estava internado desde 23 de Junho.

Enviar um comentário